"É importante que se diga o seguinte: ninguém chega a campeão olímpico, nem a campeão mundial, por acaso. Então esta é mais uma batalha que o César terá de vencer no seu dia a dia, que já não é muito fácil", disse à Lusa o responsável técnico de natação da CBDA, Ricardo de Moura, que chefia a participação brasileira nos Mundiais de Xangai..César Cielo, campeão olímpico dos 50 metros em Pequim 2008 e recordista mundial dos 50 e 100 metros (piscina olímpica), vai ser julgado em Xangai no próximo dia 20 por um painel do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) por um teste antidoping positivo, por detecção de furosemida, realizado durante o Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em Maio..O nadador atribuiu o resultado a uma "contaminação cruzada", que ocorre excepcionalmente "durante a manipulação de um suplemento", tendo declarado que nunca utilizou nenhum recurso ilícito. A CBDA apenas o advertiu "uma vez que não foi identificada culpa ou negligência". A Federação Internacional de Natação (FINA) decidiu, porém, apresentar recurso no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), cujo resultado poderá, no pior cenário, traduzir-se numa suspensão e inviabilizar a participação do atleta nos Mundiais de Xangai, entre 24 e 31 de Julho..À margem dos treinos em Macau da equipa brasileira que vai aos Mundiais, Ricardo de Moura disse à Lusa esperar "que toda a gente tenha bom senso e que tudo dê certo", ao referir que as "coisas já foram explicadas, fogem ao controlo técnico e estão nas mãos de outras pessoas". "É uma coisa à parte [o julgamento de Cielo] que inclusive não se deve falar para não atrapalhar nenhum tipo de defesa e nem é o momento propício para estendermos este assunto", salientou o responsável ao garantir que o atleta "está confiante e tranquilo", mas que não está por agora autorizado a prestar declarações aos jornalistas..Ao sublinhar que "Cesar é uma referência, não da selecção brasileira, mas da natação mundial", Ricardo de Moura disse esperar que em Xangai "seja ratificada a posição alcançada no painel no Brasil" e que o atleta possa competir nos Mundiais. "Hoje vemos [no Brasil] referências que não tínhamos antigamente, como César Celio, Tiago Pereira, Kaio Márcio, Felipe França, que são referências a nível internacional e qualquer coisa que lhes aconteça obviamente influencia o resultado geral da equipa", concluiu o responsável técnico de natação da CBDA.